quarta-feira, junho 13, 2007

Pensamento poético...

Infelizmente, não sou um homem de meias palavras... que dirá, uma!!! Sendo assim, tentarei emitir um senso quanto a essa mocinha que eu estou aprendendo a amar...

Bom, poderia dizer que você é linda... mas estaria sendo redundante em meus dizeres.
Poderia dizer, simplesmente, que você é uma pessoa feliz... mas não poderia nunca, sequer, medir a sua felicidade apenas por sua simpatia, seria um equívoco.
Poderia, então, suscitar uma idéia relativamente utópica e nos conformes de sua vida loka... mas, ainda sim, não compreenderia toda a sua loucura a ponto de descrevê-la.
Poderia, talvez, tentar defini-la tangendo lindos acordes musicais... mas ainda sim, esbarraria na imperfeição das 7 notas musicais. (...)

Enfim, tenho somente a dor da espera de um dia poder emitir um senso quanto ao que poderia defini-la... ainda que este dia chegue, prefiro não atentar-me a esta luta quixotesca, pois, defina-la, seria uma tentativa errônea de limitar o que é ilimitado... compreender o incompreensível... balbuciar o que ainda não foi ouvido... Para tal, não farei uma limitação quanto a perfeição que lhe é presente.

Pensamento poético feito para uma grande pessoa.

Deus está fora do Espaço-Tempo

Comum é dizer-se que as doutrinas Deterministas se popularizam a partir do renascimento, por meio do discurso cientificista que visava estabelecer todas as relações de causa e efeito do mundo físico. Muitos cientistas do século XVIII e XIX consideraram a possibilidade de que todo o Universo era uma imensa máquina perfeitamente ordenada, que funcionava como um relógio de alta precisão, e que bastaria controlar todas as variáveis envolvidas que poderíamos, em tese, prever o curso futuro dos eventos.
Mas na verdade, um exame mais atento notará que doutrinas deterministas são tão antigas quanto a humanidade, e na verdade até muito mais fortes em contextos extremamente afastados da tradição científica e filosófica. Por isso o Determinismo de teor cientificista esta condenado a ser sempre uma assertiva não sujeita a comprovação. O mesmo porém não o ocorreria com o Determinismo de teor Místico, para o qual há propostas de Seres que podem sim saber todas as informações necessárias para prever qualquer evento no Universo da mesma forma como um computador pode saber os resultados futuros de um processo de dados do tipo jogo virtual de bilhar.
Se há um ser OMNISCIENTE, esse ser tem total conhecimento de todos os eventos, inclusive detalhes de cada mínima partícula, podendo então saber tudo o que acontecerá e aconteceu, e se é OMNIPOTENTE, nem mesmo a aleatoriedade do mundo quântico seria obstáculo para tal ser, pois ele teria poder sobre cada nano evento.
Sendo assim, é forçoso admitir que tal ser controlaria com total precisão cada ínfimo detalhe da realidade, ainda mais sendo este ser ETERNO, pois sequer precisaria calcular qualquer evento futuro, tais eventos já estariam prontos.
Sendo assim, um Deus ONISCIENTE e ONIPOTENTE é a mais radical e extrema forma de Determinismo. Seria o Destino Imutável em si, manifestado em sua própria essência, e conseqüentemente, incompatível com qualquer idéia de Livre Arbítrio

"Se sendo Sapiente não se pode pecar, logo quem peca não é Sapiente, sendo insciente. Deve este ser punido por ainda não ser Sapiente, se não recebeu instrução?" (...) Esta foi uma das questões que Agostinho levantou na questão Pecado X Livre-arbítrio...


Não se trata de querer agir como Hércules ao resgatar Prometeu. Ou sim?
A idéia é, uma vez que não somente Santo Agostinho como nenhuma outra pessoa jamais foi capaz de propor uma solução clara e satisfatória para conciliar o Livre Arbítrio com os OMNI atributos divinos, bem como conciliar as idéias de Círculo e Quadrado, resta por força da lógica, optar por um ou outro uma vez que não se esteja obrigado a aceitar uma profissão de fé que exija a sustentação das duas.
Calvino optou por preservar os Omni atributos, destruindo o Livre Arbítrio com a doutrina da Predestinação. Eu não posso dizer que concordo plenamente com as idéias de calvino... poderia dizer que concordo com algumas coisas de 'cada' pensador que estão sempre em questão,a saber Calvino, Arminio e Agostinho. Estes possuem idéias interessantes, mas as suas idéias não são perfeitas e acho que uma, de uma certa forma, completa a outra! Poderia dizer que antes de conhecer a Jesus eu era Arminiano e agora que fui constituído como filho de Deus, vejo que sou Calvinista (hehehe)... em contra ponto, sou também Agostiniano!
Remover a perfeição de Deus não poderia ser mais simples, basta subtrair o mesmo elemento que inviabiliza o Livre Arbítrio, que é tão somente a ONISCIÊNCIA, Absoluta, que Santo Agostinho geralmente chama de Presciência, ou Onisciência Futura, mas esse termo é omisso quanto a "Ciência" do Presente e Passado, e não especifica a amplitude de tal Presciência, por isso, creio que o simples termo Onisciência, se tomado em seu sentido máximo, implica necessariamente em "Ciência" total atemporal.

Citações de autores desconhecidos por mim.

Artigo fomentado em meados de junho de 2006.

O Homem Sendo Homem

Este artigo não se propõe a retomar reflexões específicas de nenhuma área em especial, mas sim, discorrer acerca do início metafísico do grave problema que vem a memória quando este assunto é mensurado, e sendo assim, longe de ter a pretensão de ser a discussão final sobre tal assunto, mas, fomentar uma reflexão pouco anunciada nos círculos do saber e, sobretudo, abrir uma nova série de pensamento sobre este assunto que requer uma atenção especial.

Muito se é falado sobre meio ambiente em nossos dias. Sendo debatido em várias instâncias de acordo com a finalidade de cada preletor. O terror de ter que viver em um mundo devastado pela ação humana está presente em nosso meio como a uma praga, que insiste em querer anunciar aos quatro cantos do mundo, que a situação é ainda mais grave do que pensávamos.

De acordo com a significação, em uma forma sucinta, meio ambiente é o que abriga e rege a vida em todas as suas formas. Desta maneira, facilmente é esquecido que tal expressão engloba não somente a ecologia, mas uma série de fatores que faz com que a vida siga o seu curso sem enaltecer ou diminuir nenhuma parte que forma tal meio. Antes de qualquer coisa, deve-se compreender um detalhe que pouco é explorado em uma reflexão deste porte. Ao invés da reflexão partir do início, a maior parte dos pensadores querem achar a problemática em seu final, ou seja, “o que fazer para mudar esta situação”, quando deveriam se perguntar “onde teve o início de toda esta situação já conhecida”.

É sabido que o povo brasileiro não tem o hábito de tratar bem o meio em que está e partindo desta premissa, uma breve explanação se faz necessário.

O Brasil é um país que professa a crença nos conformes do cristianismo, sendo assim, para entender como funciona o pensar do brasileiro, deve-se compreender como o cristianismo trata tal assunto em todos os seus momentos, seja no início quanto na contemporaneidade.

No início da cristandade, muito se falou em uma volta eminente do Salvador[1], que viria resgatar aqueles que reinariam com ele no paraíso, segundo a passagem de Hebreus 10:37 que diz: “Pois ainda em bem pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará”. Fato que levou os fiéis a se importarem, apenas com a volta do Salvador que os levariam para o paraíso, despojando-se de seus bens e tudo o mais que julgavam supérfluos, assim como é apresentado em Atos 2:45: “E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. A possibilidade que trouxe esperança para toda a cristandade foi à mesma que os levaram a não ligar para as suas vidas quantos seres viventes e pertencentes ao meio em que vivem.

Com o passar dos tempos, a esperada volta do Salvador não aconteceu, abrindo precedentes para um cristianismo institucionalizado e comandado por pessoas que, até então, estavam acostumadas a fugirem para que suas vidas não fossem ceifadas por declararem uma crença segundo o cristianismo. O que fez com que o cristianismo passasse para uma nova etapa de sua existência, a saber, “Como evangelizar as pessoas e fazer com que a esperança do retorno triunfal de Cristo não fosse esquecida”. O que nascera com um propósito íntegro, culminou em uma disputa de interesses que acabou tendo conseqüência no magistério cristão. Não ensinava mais um cristianismo bíblico, mas um cristianismo que forçava a pessoa a aceitar tal crença com o risco de ser lançado no inferno cristão[2], onde nasceu a famosa frase: “Quem não vem pelo amor, vem pela dor”.

Como se já não fosse suficiente, uma nova compreensão sobre o paraíso alastrou-se por toda a cristandade, em seu início. A idéia de que esta terra seria destruída e que uma outra terra seria construída pelo Salvador para os que quisessem ter com ele no gozo da eternidade. Tal idéia encontrou uma forte aceitação em meio a maior parte da cristandade, pois, era embasada segundo o livro de apocalipse no capítulo 3:12, onde diz:

A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome.

E ainda, no capítulo 21:1 que reitera esta idéia: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe”.

No século XVI, esta idéia ganhou formas e contornos um pouco menos irreal com o surgimento da linha de pensamento comumente chamado de Calvinismo[3], que ganhou força por afastar o medo do inferno cristão que imperava entre os cristãos. De fato, toda a maneira de pensar sobre a vida e tudo que engendra por ela foi modificado com este pensamento.

Chegando a pós-modernidade, ser cristão virou sinônimo de uma busca pela espiritualidade que há muito se perdeu. Esta busca é marcada por uma metodologia em que não é a favor da vida planetária. Cada um é senhor de seus caminhos e a maioria esmagadora, ao contrário do de Atos 2:45, não ligam para o outro e nem que rumo a sua vida irá tomar caso ele não estenda a mão para uma ajuda.

Em pleno século XXI, a falta de consideração ao meio ambiente não é mais ditada pela religião, mas sim, pela cultura que absorveu a parte negativa desta religião fomentada por pessoas que não conheciam o impacto que culminaria em nossos dias. Pois, esquece-se que no livro de Gênesis 1:28, Deus fala ao homem:

Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Mas se esquece que logo após, Ele deu também o exemplo a ser seguido no mesmo livro, no capítulo 2:15 que diz:

E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

Por fim, como diria Thomas Hobbes, "Homo homini lupus[4]". Fato que não pode capacitar a ninguém a viver em uma passividade quanto a este sério problema que se encontra a ser pensado. Segundo reza a Constituição Federal do Brasil, este chamamento para uma reflexão/ação sobre o que fazer para mudar o panorama em que se encontra o meio ambiente é tanto um direito quanto um dever de cada um.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (Art. 225 da Constituição Federal).



[1] Segundo a tradição Cristã, o Salvador é apresentado na figura de Jesus de Nazaré. Sendo ele, a segunda pessoa da Trindade.

[2] Segundo a tradição Cristã, o inferno é um lugar de tormento onde os que não aceitaram Jesus como messias iriam passar toda a eternidade como punição desta má escolha.

[3] Uma vertente do protestantismo cristão que cria a predestinação do homem, ou seja, as coisas só acontecem porque Deus já havia determinado, sendo assim, não cabe ao homem a preocupação do dia de amanhã.

[4] Traduzindo para o português, segundo Fernando L. Maximiano, “homem é o lobo do homem”.