sábado, julho 22, 2006

Igreja como organismo Vs. Igreja como organização

De certa forma, não me vejo tão perto assim da realidade de pertencer a uma geração eleita por Cristo. Claro que aos olhos de um simples mortal que sou. Tenho a completa convicção de que mesmo estando vivendo neste mundo mas não pertencendo a ele, de uma forma completamente pentecostal de raciocinar, sinto-me cada vez mais longe daquilo que seria a minha meta... a razão da minha existência. Vejo em minha volta pessoas preocupadas apenas com o que vão vestir, preocupações variadas de um pesamento totalmente influenciado por uma sociedade consumista e cada vez menos humana e verdadeira, enquanto outras pessoas se preocupam se vão simplesmente estar vivas ao amanhecer... Consigo com uma facilidade imensa me sentir um hipócrita por fazer parte de uma comunidade tão ausente mas ao mesmo tempo, tão falante! O que restringe as ações desta parcela é o medo de parecer "mundano" para sua liderança terrena. Tomando para si o mesmo pensamento herético de uma forma de pensar chamado Zoroastrismo, um indivíduo que viveu na Pérsia que se chamava Zoroastro e que sistematizou um dualismo complexo e radical cuja sua influência é observada em pensamentos heréticos como o gnosticismo, o maniqueísmo e também no CRISTIANISMO...

A igreja em nossos dias dividiu-se em duas partes: de uma lado está a igreja como organização. Com sua sedes maravilhosas, com sua liderança eclesiástica impecável e aparentemente fora da sua realidadebíblica. Com a "pura" intenção de ampliar o Reino de Deus aqui na terra, não importanto como será feito contanto que as cadeirassejam todas elas ocupadas!! O termômetro apresentado nesta parte da igreja para se saber qual é o nível de êxito é o "se todos estão dizimando ou não"! (...) Do outro lado está a igreja como organismo. Que sofre cada vez mais a influência da igreja como organização. Com a sua visão ofuscada pelo brilho "dourado" que o vem da outra parte cada vez mais "próspera". A igreja como organismo vem se esgueirando para conseguir sobreviver e se manter pura ao olhar amoroso do Seu cônjuge.

Será que a relação Igreja como organismo Vs. a igreja como organização são grandezas inversamente proporcionais? isto é, quanto mais a igreja cresce como organismo, mais ela diminui como organização e vice-versa? Felizmente vejo que ainda não é este o caso... apesar desta realidade não se mostrar tão distante.

O medo que eu tenho de refletir sobre este assunto, e chegar a uma severa e verdadeira conclusão de que eu tambem faço parte de uma sociedade alienada e acostumada com aquilo que enche apenas o campo de visão, é o mesmo medo que está tomando conta de todos os cristãos hoje em dia. O medo de se encontrar repreensivel em seus atos tem afastado todo e qualquer tipo de pensamento a respeito deste assunto tão importante e vital para que a igreja como organismo não venha a sofrer baixas irreversíveis. Mas é mais fácil e mais cômodo ficarmos presos a uma idéia de que a simplicidade que o evangelho é apresentado, nos libera, da maneira mais coloquial possível, do papel de participantes do corpo de Cristo e responsáveis pelo caminho em que o Corpo está trilhando. Sempre com uma disculpa nos lábios: "Nossos líderes são responsáveis por ouvir e nos orientar!!" ... "Não possuo o chamado para tal coisa!!" ... (...)

É realmente um pena ver tanto potencial escorrendo pelo esgoto da inércia. O motivo que nos une como um organismo, poderá ser tambem o motivo que nos separará deste mesmo organismo se não reconhecermos, cada cristão, a nossa parcela de responsabilidade neste Corpo. Ouvi certa vez que "se a denominação souber equilibrar a espiritualidade (organismo) com a institucionalização da igreja (organização)", sem confundir liberdade no Espírito com "bagunça", obteremos de certo que uma forma no mínimo melhor apresentada de igreja do que a forma atual. Concordo até certo ponto. Não vejo como uma forma de institucionalização da igreja possa ser apresentada de maneira totalmente fiél aos moldes bíblico. O que me leva a outra reflexão...


sexta-feira, julho 14, 2006

Hierarquia Gentílica X Visão do Reino de Deus


Na medida em que o pastor assume a carga de trabalho, a maioria dos irmãos mergulha na passividade, e estes irmãos pesarosos e egoístas deixam de crescer espiritualmente. Desta maneira, é inevitável que pastores e congregações terminem igualmente convertendo-se em inválidos espirituais, inutilizados por este oficio antibíblico.
O Novo Testamento chama Paulo de “apóstolo”, Filipe de “evangelista”, Manaén de “mestre” e Agabo de “profeta”, mas nunca identifica alguém como pastor! De fato, a palavra “pastor” é utilizada apenas uma vez em todo o NT (veja Efésios 4:11). “Pastor” é usado como metáfora descritiva, nunca como título ou oficio eclesiástico. Isso não é levado em conta na prática comum. Em nossos dias o “pastor” é tido como a figura mais valiosa da igreja, e seu nome brilha com destaque nas igrejas em todas as partes do mundo. (É de se perguntar porque os nomes dos outros ministérios não aparecem nestas luminárias quando o NT lhes outorga bem maior atenção).
O rol pastoral moderno sufoca a Chefatura de Jesus Cristo e tem um efeito espiritual paralisante na igreja. Despoja-a de sua plena função sacerdotal (de todos os crentes) tão amada por Deus. Além disso, a própria presença do pastor dilui e afoga os crentes “ordinários” que são igualmente talentosos para pastorear e ensinar o rebanho. (Não percebem o fato de que a Bíblia ensina que cada igreja deve ter múltiplos pastores e que todos os membros têm a responsabilidade pastoral).
Tipicamente, se alguém, que não seja o pastor, se atreve a pastorear ou ensinar as ovelhas (mesmo se esse alguém é digno de confiança, maduro e espiritualmente inteligente), o pastor se sentirá ameaçado e o colocará de lado com o pretexto de “proteger” o rebanho. Sendo mais específico e direto, a idéia que se tem hoje em dia do “pastor” está bem distante do pensamento de Deus. Impõe à dinâmica da comunidade do NT a camisa de força do Antigo Testamento.
No obstante, apesar das tragédias espirituais que isto engendra, as massas continuam dependendo, defendendo e insistindo na existência deste rol tão antibíblico. Por esta razão os chamados “leigos” são tão responsáveis pelo problema do clericalismo como o próprio “clero”. Como diz Jer. 5.31, “os profetas profetizam mentiras, os sacerdotes governam por sua própria autoridade, e o meu povo gosta destas coisas. Mas o que vocês farão quando tudo isso chegar ao fim?”
O ministério de Jesus com respeito à questão da autoridade clarifica os temas fundamentais que estão por trás da moderna doutrina da “cobertura” patoral. Consideremos como o Senhor contrastava o modelo hierárquico de liderança do mundo gentílico com a liderança no reino de Deus. Depois que Jacobo e João lhe pediram que lhes concedesse altas posições de poder e glória ao seu lado no Seu trono, Jesus os contestou dizendo:

"Vocês sabem que os governantes das nações AS DOMINAM, e as pessoas importantes EXERCEM PODER sobre elas. NÃO SERÁ ASSIM ENTRE VOCÊS; ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo, como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos." (Mat. 20:25-28)

E mais uma vez,

"...Os reis das nações DOMINAM sobre elas, e os que EXERCEM AUTORIDADE sobre elas são chamados de benfeitores; MAS VOCÊS NÃO SERÃO ASSIM. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve. Pois quem é maior, o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como o que serve." (Luc. 22:25-27).


A palavra grega traduzida por “exercem sua autoridade” em Mateus é katexousiazo que é uma combinação de duas palavras gregas: katá, que significa sobre, e exousiazo, que significa exercer autoridade. O Senhor também utiliza nesta passagem a palavra grega katakurieuo que significa “controlar” ou “dominar” aos demais. O que Jesus condena nestas passagens não é apenas os líderes opressores como tais, mas a forma hierárquica de liderança que domina o mundo gentílico.

Isto merece ser repetido: Jesus condenou não apenas os líderes tirânicos, condenou também a própria forma de liderança hierárquica!


Não quero com esta reflexão proporcionar uma divisão no meio protestante. Quero apenas alertar atraves de fatos bíblicos que, o modelo que vemos hoje em nossas comunidades é totalmente influenciado pelo homem. Há quem diga que isso se faz necessário... não discordo com o ponto de vista e nem de sua experiência pessoal, pelo contrário. Mas nunca uma experiência pessoal pode ser ensinada e/ou imposta como sendo doutrina bíblica. Se me perguntar o que acho, certamente eu diria que me adaptaria a esta forma hierárquica. Mas não tentaria impôr o que eu penso de forma a enganar pessoas para conseguir "comandar" suas vidas. Mesmo porque, o ensinamento de Jesus Cristo e dos Apóstolos funcionou muito melhor do que o que podemos ver em nossos dias.

terça-feira, julho 04, 2006

Falsas Promessas

Temos motivos de sobra para nos sentirmos especiais: "Somos comprado por um alto preço!"; "Somos justificados por Cristo!"; "Somos Co-herdeiro com Cristo!"; "...Somos feitos um pouco menor do que os anjos, mas de glória tem nos coroado!"... são apenas alguns dos vários motivos para nos sentirmos especiais. Praticamente como um ser indestrutível! Que dispensa qualquer outra forma de explicação que não seja a de ser praticamente um semi-deus!
Pessoas mudam com o tempo. Planos podem mudar com o passar dos anos... mas ainda sim, os planos Deus não mudam.Há quem diga que a Bíblia não pode ser a Palavra de Deus. Há quem levante questionamentos a respeito da inerrância das Escrituras... e há tambem, quem se aproveite das circunstâncias para apenas satisfazer a sua vontade insana.
De Gêneses até o livro de Apocalipse, existem milhares de promessas. Promessas que já se cumpriram e que irão se cumprir ainda em nossos dias ou não. Tornando-se ainda mais fácil para quem almeja satisfazer os seus intentos, usando a Palavra de Deus como instrumento, para fins que não sejam os de Deus. Pulpitos viraram bancas para se vender a melhor promessa que Deus tem a nos oferecer. De qualquer forma, me sinto como em uma loja daquelas de "R$1,99", que todos entram e saem com algum suvenir "barato" e do seu agrado. Com o pretesto de conseguir cada vez mais membros, comunidades tem banalizado o que era para ser conduzido seriamente. Seria mais ou menos assim: "_Escolham nas escrituras as promessas que te agradam... agora tome posse do que está escrito!! Descarte aquelas que dão mais trabalho... ou se a oferta for grande, eu posso interceder em seu favor e conseguir perante Deus esta promessa!!" (...)
Esquecemos que temos uma vida traçada por Deus! Esquecemos que somos servos de Deus! Não somos sócios de Deus! Muito menos membros de uma fraternidade democrática. Cremos em Jesus como Redentor, o que nos trouxe redenção dos nossos pecados, e declaramos isto!! Temos Jesus como Senhor, que é dono das nossas ações, e declaramos isso também... Mas não paramos para entender o que acarreta ser "Cristo sendo o nosso Senhor"! Senhor quer dizer, em uma tradução mais direta possível, dono. Simplesmente dono! Esquecer disto é agir como crianças mimadas perante um pai que não vai abrir mão do Seu plano inicial apenas para satisfazer a vontade de se ter.
O que Deus nos deixou revelado é que se vivemos em Cristo, logo morremos para o mundo! Isto é, apesar de estarmos na terra, estamos apenas de passagem. "Aquele que ganhar a sua vida aqui na terra, ele a perderá"... Não vivemos na espectação de sermos glorificados aqui neste mundo por dinheiro ou benção alguma. Antes, o que nos motiva deveria ser o amor em Jesus. O que nos une deveria ser a esperança de que um dia estaremos junto ao Rei. O que nos fortalece deveria ser a fé nos feitos do passado.
Devemos ter cuidado com os ensinos de homens que tem tido mais força do que os ensinos de Deus. Temos que observar que, embora a Palavra de Deus seja uma só, existem vários métodos de se interpretar o que foi escrito. Métodos que são facilmente questionado se for observado com o devido cuidado. Vale a pena pagar um preço de estudo para se obter uma doutrina mais pura possível em nossas comunidades. "Conhecer... e prosseguir em conhecer"! É este o projeto de Deus para nós! O que liberta não é ficar 8, 10, 12, 20 horas orando todos os dias... não é fazer jejum de 7 dias todos os mêses apenas com pão e água... o que nos liberta é o conhecer da Verdade!!! "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará..."Como que alguem poderá ser livre se não conhecer a Verdade? Como alguem poderá conhecer a Verdade se não há quem busque este conhecimento? Como alguem buscará o Conhecimento se não estudar?
Não turve o seu coração para estas simples palavras que eu vos escrevo. A vida é um aprendizado que terá o seu fim. O que nós conhecemos hoje é apenas em parte, pois chegará um dia em que haveremos de conhecer como na verdade é! Então, a busca pelo conhecimento deve ser sempre direcionado ao entendimento de Jesus Cristo por intermédio de Sua Revelação... pois o conhecimento terá fim somente nele!!!
Tornemo-nos seguidores de Jesus Cristo, não seguidores de homens que substituem o evangelho por algo lucrativo. Não permita que a Igreja de Cristo se torne uma empresa com extensão "LTDA" ou "S/A". Aprenda a distinguir a Verdade por meio do estudo da Palavra com o auxílio do Espírito Santo de Deus. Lembre-se que o véu do templo se rasgou, existe apenas um Sumo-Sacerdote que é Jesus. Somos todos sacerdotes em Cristo Jesus e compartilhamos da mesma fonte de sabedoria e do mesmo Espírito... que é quem tras a luz para a escuridão, que é os nossos pensamentos torpes sem Jesus.
Enfim, não vos alerto para que se faça uma rebelião em suas comunidades. Nem que comece a questionar os seus líderes como em um duelo de bate-boca. Mas, vos admoesto para que orem em prol da liderança eclesiástica em nível mundial. Para que o Evangelho de Jesus Cristo possa ser pregado da forma como Jesus mandou, não da forma como alguns homens acham que deve ser pregado.
Fernando Henrique Liduário Maximiano